Gestão feminina traz bons resultados para diretoria administrativa da EMAE

Em uma empresa com histórico centenário, os executivos que atuavam naquela época, com certeza nunca imaginariam que um grupo de mulheres, 125 anos depois, faria diferença na gestão da empresa. Certamente que muita coisa mudou no mundo corporativo depois de mais de um século, mas as barreiras e desafios que as mulheres encontram para alcançar cargos mais altos nas corporações ainda existem, e são muitos.

 

A equipe da diretoria administrativa da EMAE vem vencendo esses obstáculos e mostrando que sim, as mulheres são boas gestoras e trazem bons resultados para a empresa. Capitaneada por Marise Grinstein, primeira diretora mulher na história da EMAE, a diretoria administrativa conta com 75% dos cargos de gerência ocupados por mulheres. Marise vem quebrando barreiras em sua trajetória no Setor Elétrico, não por acaso um reduto masculino.

 

Para Marise, os resultados alcançados pela diretoria no ano passado decorrem da força das mulheres. “As mulheres precisam ser ouvidas no processo decisório das empresas. A previsão de um percentual de cadeiras nos cargos de alta administração deve ser uma política nas corporações, as mulheres têm muito a contribuir e essa previsão de vagas seria um bom começo. Depois é só deixar por conta da força feminina” complementa.

 

Estudos mostram que as mulheres vêm aumentando sua participação nos cargos de liderança. Trabalho realizado pelo Insper e pelo Talenses Group identificou um aumento de quatro pontos percentuais no número de mulheres que ocupam o cargo de CEO nas empresas brasileiras entre 2019 e 2022, chegando a 17% das vagas. Ainda é pouco, mas, segundo os responsáveis pelo trabalho, a tendência é de crescimento. Além disso, com a presença de mais mulheres no posto mais alto das empresas, a tendência de crescimento do número de mulheres nos cargos de gestão tende a aumentar.

 

A Equipe da Diretoria Administrativa da EMAE segue essa lógica, das quatro gerências, três são ocupadas por mulheres, duas delas por típicos redutos masculinos, Tecnologia da Informação e Suprimentos. A gerência de Desenvolvimento de Pessoal e Organizacional completa a tríade, cujas trajetórias são parecidas no quesito vencer desafios.

 

Para a gerente do Departamento de Tecnologia da Informação, Regina Matias Ramos, a mulher deve conquistar seu espaço por meio da palavra, do conhecimento e de como ela se auto-representa. “Garra e determinação – a mulher deve acreditar nela mesma e ter muito foco” ensina Regina.

 

Salete Ferreira Gomes, que está a frente do Departamento de Suprimentos e Administração, pontua que a mulher é encarada com desconfiança em relação ao seu potencial. “Existe um preconceito, uma imagem equivocada em relação ao sexo feminino no mundo empresarial. As pessoas acham que você não tem competência para ocupar alguns cargos simplesmente por ser mulher. O desafio então é conquistar o respeito e, geralmente, a mulher conquista isso provando que tem conhecimento e capacidade”.

 

Numa empresa com um contingente masculino tão grande, na EMAE 89% dos colaboradores são homens, contornar costumes arraigados é um desafio. São as piadas e ideias preconcebidas que retratam a mulher de maneira inferior. É o que lembra a gerente do Departamento de Desenvolvimento de Pessoal e Organizacional, Regina Alice do Souza Pires. Para ela, a sociedade está em evolução e a mulher ainda está na fase de emancipação. “A mulher precisa ser muito verdadeira, trabalhar fazendo uso da clareza, isso é um antídoto para o preconceito”. Regina lembra que é preciso escrever sua própria história “aquilo que conquistei é fruto da minha história, das minhas competências e dos meus feitos, é assim que a mulher deve conquistar seu espaço”.

 

A Diretora Marise Grinstein ressalta que uma pesquisa recente mostra que as mulheres são menosprezadas pelo seu sucesso no trabalho. “As mulheres sofrem pressões constantes e isso é um fator de diminuição dos próprios talentos pelas mulheres como forma de evitar críticas e julgamentos”. A cultura negativa ainda é muito forte, “precisamos lutar para que as mulheres tenham seu valor reconhecido e possam participar de forma mais ativa na gestão das empresas, sem preconceitos, sem medo dessa exposição se reverter contra elas. Aqui na EMAE estamos trilhando esse caminho” finaliza.

 

Março de 2024.

 

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